Advogado de Adélio Bispo é contratado por Jairinho para defendê-lo no caso Henry Borel

O advogado que defendeu o homem que esfaqueou e tentou matar Bolsonaro agora defenderá o ex-vereador Jairo Souza Santos, o Jairinho. As informações foram divulgadas pelo colunista Ullisses Campbell em uma reportagem do jornal O Globo, que conta que atualmente preso no Complexo de Gericinó (Bangu 8), no Rio de Janeiro, o ex-parlamentar tem protagonizado mais um capítulo significativo em seu processo criminal.

Jairinho decidiu substituir sua equipe de defesa pela segunda vez desde que foi detido, agora optando por advogados com ampla experiência na área criminal.

A mudança recente envolveu a saída dos advogados Cláudio Dalledone e Janira Rocha, que deram lugar a Fabiano Lopes e Zanone Manuel de Oliveira Júnior. Este último ganhou notoriedade por ter defendido Adélio Bispo de Oliveira, responsável pelo atentado à faca contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, Zanone também esteve à frente da defesa de Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, no caso do assassinato de Eliza Samudio.

Os motivos que levaram à substituição da equipe anterior são descritos como conflitos entre a família do réu e os advogados anteriores. Segundo o coronel Jairo Souza Santos, pai de Jairinho, a decisão foi motivada, em parte, pela condenação de Cláudio Dalledone por crimes como associação criminosa e corrupção passiva. O coronel afirmou que houve “um conjunto de circunstâncias” que levou à troca completa da defesa.

No entanto, Dalledone refuta essa versão e alega que a verdadeira razão para sua saída foi a falta de recursos financeiros da família de Jairinho para arcar com os honorários advocatícios, que classificou como “defesa milionária”. O advogado também mencionou pressões da família do réu para adotar táticas que considerava impróprias no contexto judicial.

Jairinho e sua ex-namorada, Monique Medeiros, enfrentam acusações graves relacionadas à morte de Henry Borel, filho de Monique, ocorrida em março de 2021. O caso chocou o país pela brutalidade dos detalhes e pelas circunstâncias que envolveram a criança de apenas 4 anos.

O processo segue agora com a nova equipe de defesa, enquanto o tribunal se prepara para conduzir o julgamento deste que é um dos casos mais notórios de violência infantil recente no Brasil. A expectativa é que o Tribunal do Júri se pronuncie ainda este ano sobre a culpabilidade ou não dos réus nos crimes de homicídio qualificado, com emprego de crueldade e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.