Escritor Aguinaldo Silva entrega que atores traficavam drogas nos bastidores da Globo

Criador de novelas de sucesso como Senhora do Destino, Roque Santeiro, Duas Caras, entre outras, Aguinaldo Silva, renomado autor, está abalando as estruturas da mídia com as revelações impactantes de seu novo livro, ‘Meu Passado me Perdoa: Memórias de uma Vida Novelesca’. Em um dos trechos mais polêmicos, Aguinaldo narra uma situação tensa envolvendo a icônica atriz Betty Faria e o lado obscuro das produções da TV Globo nos anos 80.

Durante as gravações da minissérie Bandidos de Falange (1983), Aguinaldo expôs um ambiente onde drogas eram vendidas nos bastidores por atores que, além de desempenharem seus papéis, atuavam como traficantes. Betty Faria, que interpretava Marluce, teve uma experiência especialmente desconfortável ao se recusar a contracenar com um desses “traficantes”.

“É um fato notório –e acho que já ultrapassado– que naquela época havia um consumo de drogas, digamos assim, exagerado em boa parte do meio artístico. E Betty vivenciara experiências marcantes nesse terreno. Então, havia figuras que, embora oficialmente fossem atores, também se poderia chamar de traficantes, as quais eram agregadas ao elenco das produções para prover os demais do que fosse necessário nesse terreno”, revelou o autor.

A cena polêmica ocorreria em um cemitério, à noite, com Betty enfrentando uma entidade sinistra. A atriz, desconfortável, recorreu a Aguinaldo para evitar a gravação: “Encarar o fulano de frente, de madrugada, em pleno cemitério, com direito a neblina e tudo, e ainda mais com ele a bancar uma entidade maligna? Pelo amor de Deus, Aguinaldo, é barra-pesada demais pra mim”

Aguinaldo prontamente contatou o diretor da minissérie, que, ciente da situação, substituiu o ator sem hesitar. A cena foi, então, realizada por outro intérprete.

Essas revelações de Aguinaldo não só trazem à tona histórias curiosas dos bastidores da TV brasileira, mas também destacam os desafios enfrentados por artistas em um período de excessos.