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Descoberta do DNA de mamutes que viveram há 4 mil anos revela segredos de sua extinção

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Imagine voltar no tempo e encontrar gigantes peludos vagando pelas vastas tundras geladas. Esses eram os mamutes-lanosos, criaturas impressionantes que caminharam pela Terra até cerca de 4 mil anos atrás. Surpreendentemente, essa época coincide com a invenção da escrita na Mesopotâmia.

O último reduto desses colossos peludos foi a ilha de Wrangel, no Oceano Ártico, onde uma pequena população sobreviveu por milênios após o resto da espécie ter desaparecido.

Wrangel era tipo aquela festa que estava bombando até que a maré subiu e transformou tudo em uma ilha particular uns 10 mil anos atrás. No começo, só um grupinho de mamutes conseguiu VIP para esse refúgio exclusivo. Com o tempo, esse clube seleto cresceu para cerca de 200 a 300 membros ao longo de 20 gerações. Agora, graças a um estudo recente publicado na revista científica Cell, temos todos os detalhes sobre como essa festa mamutal acabou.

Cientistas conseguiram reconstruir o genoma desses mamutes a partir de ossos, dentes e presas excepcionalmente bem preservados no permafrost da ilha de Wrangel.

“Somos muito sortudos de estarmos trabalhando com um animal que costumava prosperar em climas frios, porque isso significa que muitos de seus restos foram excepcionalmente bem preservados”, diz Marianne Dehasque, principal autora do estudo e pesquisadora do Centro para Paleogenética da Suécia.

Conforme repercutiu a revista Comos Magazine na última sexta-feira (28), os geneticistas descobriram que os mamutes-lanosos tinham um sério caso de “família que casa demais entre si”, como os Habsburgos, aqueles nobres europeus com mais deformações que personagens de um desenho animado. Mas, surpreendentemente, apesar das mutações esquisitas, os mamutes mantiveram a pose até desaparecerem de uma vez, há 4 mil anos.

Então, o que realmente aconteceu? Se cruzamentos consanguíneos e mutações genéticas não foram os principais culpados, a causa deve ter sido algo repentino e catastrófico. Marianne Dehasque especula que um incêndio, uma doença ou mudanças climáticas extremas poderiam ter levado os últimos mamutes à extinção.

Esqueleto de mamute.

Além de resolver um enigma do passado, este estudo oferece insights valiosos para a conservação de espécies ameaçadas hoje. A história dos mamutes-lanosos mostra a importância de monitorar ativamente a diversidade genética e evitar cruzamentos consanguíneos para garantir a sobrevivência das populações.

Mamutes.

Até agora, a tentativa de decifrar os últimos 300 anos do DNA dos mamutes-lanosos é como tentar assistir TV com uma antena de coelho dos anos 80 – só ruído. Mas, Marianne Dehasque está confiante que as novas tecnologias vão dar um jeito nisso rapidinho. Em suas palavras, “é só questão de tempo até que a gente consiga gerar esses dados”.

Descoberta do DNA de mamutes que viveram há 4 mil anos revela segredos de sua extinção.

A extinção dos mamutes-lanosos da ilha de Wrangel é um mistério quase desvendado, oferecendo lições importantes para a conservação moderna. A pesquisa genética não apenas nos ajuda a entender o passado, mas também pode orientar nossas ações para proteger as espécies ameaçadas no futuro. E quem sabe, em breve, possamos finalmente resolver o enigma do que realmente levou os últimos mamutes à extinção.

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