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Entenda como cientistas identificaram seis tipos de depressão usando neuroimagem
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Na abertura do clássico “Anna Karenina”, Tolstói solta a máxima que “todas as famílias felizes se parecem, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.” E não é que a ciência moderna deu um high-five mental no escritor russo? Cientistas da Universidade de Stanford revelaram que a depressão pode bater na nossa porta de seis jeitos diferentes. Essa descoberta é tipo um novo episódio épico de uma série, só que melhor, porque traz esperanças fresquinhas para milhões de pessoas.
A Dra. Leanne Williams, uma das grandes mentes da psiquiatria de precisão e a chefe desse estudo, diz que essa ideia brilhante começou a pipocar na cabeça dela há 15 anos. Observando a diversidade de sintomas em pacientes com depressão, ela se perguntou: “Será que existem tipos diferentes de depressão? E se sim, descobrir essas diferenças pode nos ajudar a tratar melhor cada paciente?”
Usando ressonâncias magnéticas funcionais (RMF) em 801 pacientes, os pesquisadores identificaram seis subtipos de depressão. Eles observaram os cérebros dos pacientes em repouso e enquanto realizavam tarefas que testavam suas funções cognitivas e emocionais. “Buscamos mudanças na atividade cerebral em regiões que envolvem a regulação cognitiva e emocional”, explica Williams.
Os biotipos têm perfis distintos de atividade cerebral e conectividade entre diferentes áreas. Os sintomas variam entre negatividade, anedonia (incapacidade de sentir prazer), ansiedade, ruminação de pensamentos negativos e dificuldades em lidar com medos.
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Entenda como cientistas identificaram seis tipos de depressão usando neuroimagem.
Esta é a primeira vez que a depressão é mapeada por diferentes perturbações no funcionamento do cérebro. Isso pode levar ao uso de métodos mais objetivos e personalizados para tratar a doença. O estudo foi publicado na prestigiada revista Nature Medicine e já está sendo considerado um marco na área de saúde mental.
Pedro Shiozawa, professor de saúde mental da Santa Casa de São Paulo, destacou que a pesquisa é “extremamente significativa”, permitindo uma compreensão mais detalhada das variações na depressão. Cerca de 30% dos pacientes com depressão têm uma forma resistente ao tratamento, e dois terços não conseguem aliviar os sintomas completamente, mesmo com tratamento.
Tratamentos personalizados para cada tipo
Atualmente, os tratamentos para depressão são muitas vezes prescritos por tentativa e erro, o que pode levar meses ou anos para encontrar uma terapia eficaz. Esse método pode agravar os sintomas, pois os pacientes ficam sem ver uma saída. A maior inovação do estudo de Stanford é a conexão de três dos biotipos a tratamentos específicos, permitindo uma abordagem mais objetiva e precisa.
Exemplos:
- Pacientes com mais atividade nas regiões cognitivas do cérebro responderam melhor ao antidepressivo venlafaxina.
- Aqueles com mais estimulação em três regiões cerebrais associadas à depressão e à resolução de problemas se beneficiaram mais da terapia comportamental.
- Já pacientes com níveis menores de atividade no circuito cerebral que controla a atenção tiveram menos sucesso com a terapia falada.
A inteligência artificial como aliada
Para analisar as RMFs e identificar os subtipos de depressão, os pesquisadores usaram um programa de aprendizado de máquina que agrupou automaticamente as informações baseando-se nas semelhanças. Na Santa Casa de São Paulo, tecnologias semelhantes estão sendo usadas para diagnosticar e tratar transtornos mentais, analisando textos e outras fontes de informação dos pacientes para identificar padrões sutis.
E o futuro?
A Dra. Williams pretende continuar usando inteligência artificial para refinar suas pesquisas e descobrir novos biotipos de depressão. Para o Dr. Shiozawa, o uso ético da IA pode proporcionar um atendimento mais preciso e humanizado, uma esperança para os cerca de 8% da população mundial que sofre de depressão, uma doença que afeta a todos, dos jovens aos idosos, e que é a principal causa de perda de produtividade global, gerando um prejuízo de quase US$1 trilhão por ano.
A descoberta dos seis tipos de depressão é um passo gigantesco na direção de tratamentos mais eficazes e personalizados. Com a ajuda da tecnologia e da inteligência artificial, o futuro promete ser mais brilhante para aqueles que lutam contra essa doença. Vamos ficar de olho nas próximas descobertas e torcer para que essa revolução na saúde mental continue!
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